segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Viagem

como o brilho tênue das cordas de uma harpa invisível
como o som vibrante das cores da aurora
o grito agonizante de uma vida que desaparece
por ninguém é ouvido
traz a dificuldade de falar de coisas boas
como se todas as cores do mundo sumissem
como se todos os vãos que, por eles, vazavam nossa alma
fossem cobertos por concreto
como uma prisão de nós mesmos
como se a vida não fosse mais o motivo

o grito agonizante deixa de soar
e todos passamos a ouvir, novamente, o canto da vida
o que nunca brilhou volta a brilhar
o que nunca foi belo nos faz feliz
e a vida começa a fazer com que a vida faça sentido
como um trem que volta aos trilhos
que passam pelo desconhecido
e a viagem vale mais que o destino.

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