terça-feira, 31 de agosto de 2010

Deixando a Poesia de Lado

     Recentemente tenho conhecido pessoas que já conhecia, confio nelas profundamente, como se fôssemos próximos há anos, sinto-me seguro com elas, como um bebê no ventre da mãe amada. A sinceridade pesa muito em uma relação, é difícil achar alguém com quem você pode ser sincero sempre, mas acho que encontrei algumas pessoas assim.
    Esta ultima semana me mostrou que uma semana é tempo suficiente para muita coisa, confiança nasce em uma semana, amor nasce em uma semana, amizade e admiração, gostos e desgostos. E, mesmo com a lentidão de algumas coisas, cada passo é dado em seu tempo e nenhum é em vão, por mais clichê que seja a frase: "aprenda com seus erros", ela está certa, pois, se existem erros, devemos aprender com eles.
    Talvez meu maior erro tenha sido não ter visto antes alguns sentimentos e vontades minhas, foi apenas demasiadamente tarde para notar isso. Gosto de evitar tristeza e conflitos, devia seguir meus próprios conselhos e pensar mais em mim mesmo, criar, talvez, alguma coisa para me distrair, me tirar desta cancha reta e me levar para um lugar mais divertido. Talvez devesse tratar o homem como humano e parar de tentar lê-lo como um livro, mesmo que isso me distraia, é injusto com quem não quer ser conhecido e prepotente da minha parte achar que posso conhecer todos.
    Tenho pensado muito sobre uma coisa: será que as pessoas levam em consideração os meus problemas? sei que isso não importa muito, mas vejo que existem pessoas realmente dispostas a me ajudar se for necessário e, por estas pessoas, eu me doaria de corpo e alma se necessário, venceria meus medos e ignoraria, talvez, minhas ambições. Por mais que a reciprocidade não seja necessária, me sinto mais seguro em ter nos braços quem me ama para, um dia, estar nos braços desta pessoa amada.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Meu blog sequer possui um dia desde a criação e já está sendo seguido por pessoas as quais prezo muito
aqui vai um agradecimento para todos os que me ouvem, seja lendo ou escutando.



Para todos que me lêem
Um abraço
Para todos que me escutam
Um beijo
Para todos que me entendem
Um obrigado.

Agradeço profundamente aos momentos de sinceridade
Agradeço profundamente aos momentos de carinho
Aos momentos de afeto e desafeto
Concordância e discordância

Agradeço por me proporcionar esse passeio
Pelos mares do amor
Pelas águas limpas e calmas da confiança
E pelos altos e baixos da vida

Pois se me ouves agora
Somos mais próximos que imaginas
Meus sentimentos se encontram dentro de ti
E tu sempre poderá se encontrar próximo do calor de meus sentimentos

Como um ombro amigo
Como uma mão que ajuda

Agradeço
Pois agora estás lendo meu agradecimento.

Procura

cavo a cova em meus pensamentos
cavo a cova dos seus preconceitos
procuro passar pensando pouco
soluço soluções sarcásticas
saturo sentimentos sortidos
tento entender tanto
porque procuras pensamentos
se meus pensamentos procuram por ti?

passo percebendo pontos projetados
sob a face limpa da água
percebo passos passando por mim
vento voa varrendo a avenida
vejo você vagando sozinha
sento despreocupado e penso
o ritmo está em cada sentimento.

Viagem

como o brilho tênue das cordas de uma harpa invisível
como o som vibrante das cores da aurora
o grito agonizante de uma vida que desaparece
por ninguém é ouvido
traz a dificuldade de falar de coisas boas
como se todas as cores do mundo sumissem
como se todos os vãos que, por eles, vazavam nossa alma
fossem cobertos por concreto
como uma prisão de nós mesmos
como se a vida não fosse mais o motivo

o grito agonizante deixa de soar
e todos passamos a ouvir, novamente, o canto da vida
o que nunca brilhou volta a brilhar
o que nunca foi belo nos faz feliz
e a vida começa a fazer com que a vida faça sentido
como um trem que volta aos trilhos
que passam pelo desconhecido
e a viagem vale mais que o destino.

Pétalas de Sol

como o raiar de um dia infinito

cantam os pássaros com o florescer da mais bela flor
o sol, sempre carregando consigo a responsabilidade
do abrir e fechar da maratona cotidiana
das olimpíadas da vida
sempre o faz com muito louvor
e por todas as almas é aplaudido
folgada é a lua!
que é bela por assim o ser
que alta vive por nossa alma iluminar
sem responsabilidade
sem razão
e ambos vivem a eterna dança da beleza
se completando
abrindo
fechando
sorrindo e chorando
uma canção dos pássaros para as pétalas de luz que caem sobre o lago.

Identificação

identificar-se com um poema é definir-se com as palavras de outro
é encontrar a parte perdida da alma que não faltava
encontrar-se é a arte de ler a vida
é buscar palavras em um mar de ideias
para definir o que não precisa ser definido

Razão

Chora o mundo em minha volta
Por cada pedaço de coração
Doado sem retribuição
Por cada abraço que nos solta

Os feridos convocam todos os ombros
Por cujas peles suas lágrimas podem correr
Convocam todos os braços
Em cujos músculos sentem
O conforto único de seu berço

Procuram dentro de si
A caverna mais escura
Onde sombras e imagens não se diferem,
Cavam na própria razão
Procurando mais certezas e acertos
Sem perceber que
Quanto mais cavam
Menos razão
Têm.

Começo

-1-
todos os dias eu renasço para o mundo
com a preguiça de viver e desritimado com a vida la fora
indiferente levanto
vivo varias vidas, porém nenhuma como se fosse o fim
pois a vida em si é o fim de todos os dias

-2-
a sinceridade é a linguagem da alma
todos a conhecem mas ela nunca foi
(nunca será)
a linguagem universal, até porque
nem todos ouvem a própria alma

Chuva no Coração da Cidade

no coração da cidade
guarda-chuvas são erguidos
como lanças contra o mundo
como escudos contra o céu
o céu é inimigo na guerra
não percebem que se defendem do inevitável
e que a chuva nada agride por mal querer
"guarda-chuva!!" grita o vendedor molhado
como quem vende algo imprescindível
(as gotas seguem caindo)
as lanças erguidas ferem mais a quem as ergue
que à chuva, que segue a cair
indiferente ao mundo hostil

Céu

Manto de nuvens
Cinzentas nuvens
(A luz se perde
Em um mar que voa
Sobre mares e continentes)

Céu,
Camaleão temperamental
De humor instável,
Entre o cinza e o azul,
E cores temporárias,
Entre a euforia e a melancolia.

Entre Tragar e Mascar

existe prazer em ser capaz
pois sensação de poder nos traz
o abrir e fechar de sua boca, indiferente,
o estalar das chamas na mesma boca, arrogante,
que em cinzas transforma a amargura da vida
o mundo, belo, em sua volta sente
e deixa de ser belo
o que, uma vez, já foi o paraíso

para trás deixamos o rancor de nossas vidas
como se outros rancores em outras vidas não existissem
e as chamas não deixam de queimar
e a boca não deixa de moer
memórias,sentimentos, beleza, prazer
destruímos tudo pois, para outro, tudo não queremos.

Chuvisco

Um céu que tenta conter o choro
Chora baixinho, com vergonha.
Vergonha de parecer fraco
Chora de noite
Aos berros de trovões
Céu criança,
Pobre criança...

Definições

Triste frustração
De tentar definir coisas instáveis
Com nossa volátil certeza
De que o mundo é concreto
De que verdades são palpáveis

Que nem o tempo se torna
Capaz de mudar fatos.
Vivemos cada instante
Como se fosse a eternidade
Estática de esculturas e fotos
E fatos e formas permanecem imutáveis.

Nostalgia

se vivo no passado
vivo pois prefiro
prefiro o passado
ao intragável presente
presente que passa
e vira um passado
que prefiro esquecer

cicatrizes abertas
e feridas fechadas
memória que é mais presente
que o presente em minha frente

foto do passado gravada em meu tempo
que se repete eternamente
sem a monotonia do tédio
mas o gosto do novo sempre

doce nostalgia
sensação nova ao ouvir algo velho
arrepio que sobe a espinha e toma o corpo
felicidade momentânea
e a lágrima que cai sobre a aquarela da infância
esta
que não volta mais...

Samba

Desde quando o samba é cueca
e deixou de ser canção?
neste momento peca
aquele que perdeu o ritmo no coração

pulsa nas veias deste Brasil
em cada ruela, cada capilar
nesta bandeira verde e azul anil
o som do pandeiro a tocar

ritmo com expressão de sorriso
saltitante música despreocupada
que de vez em quando solta um riso
como para esquecer o que nela é falada

e limpa a tristeza em toda a vida
com o arroz e com o feijão
limpa toda sobressalente ferida
em nosso coração
tanto de Maria quanto de João

Rebeldia

o limiar entre o revolucionário e o conservador
é o tempo de alcançar seus objetivos
e manter seus valores para gerações futuras
que recebem a liberdade
recebem a igualdade e a fraternidade
de mãos beijadas
como uma mala pronta
para a viagem da vida
desnorteados, ficam os novatos
nesta estrada aparentemente perfeita
e rebelam-se por não ter motivo
para se rebelar