sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Tempo, cotidiano e suas quebras, tédio, freqüência, perpetuação. Nossa percepção sobre o tempo depende de todos esses fatores. O tempo que percebemos passar é o tempo diretamente associado com fatos marcantes, calculamos o tempo partindo desse pensamento. Vou denominar esses fatos marcantes como "Quebra do Cotidiano".
O cotidiano pressupõe tédio, monotonia, uma freqüência muito longa e cansativa que se repete sem parar, a quebra desse cotidiano acaba com o tédio e forma um ponto de referência temporal (um show, uma saída com os amigos, um namoro, uma boa conversa...) desritimando o cotidiano e criando uma perpetuação do momento.Essa idéia não se aplica somente à vida e aos períodos curtos de tempo, essas quebras de cotidiano aconteceram no final do século XIX e início do século XX no campo das artes, com as vanguardas européias, que quebraram padrões de arte e criaram uma arte nunca vista antes, foi contestada por muitos críticos mas, mesmo estes críticos, não podem negar que os padrões de arte e o cotidiano artístico foram quebrados, o cotidiano também faz parte da história, o tédio e o descontentamento são os grandes produtores das revoluções, mas o que estudamos são as revoluções, não suas causas a longo prazo.
Os momentos que quebram cotidianos de tédio são mais lembrados que os momentos que não quebram o tédio, por isso são momentos perpetuados, criando pontos de referência como se fossem estacas coloridas cravadas no tempo.
O ser humano tem buscado, em sua ânsia contra o tédio, sair cada vez mais e se divertir, essa busca constante acaba gerando uma freqüência determinada para a quebra do tédio, o que cria um cotidiano para isso e acaba se transformando em tédio novamente.
A diversão é algo que não possui tempo pré definido para tal, ela apenas existe se for independente do momento e não determinada por uma freqüência, porém o ser humano busca uma padronização e organização da vida, o que acarreta o próprio tédio.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Imaginação
Que me remete às sensações mais remotas
Como quem está sempre em um lugar distinto
E a realidade passa a ser um mero apêndice do tempo...

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Dia no Parque

          Céu azul, muito azul, havia outra forma de começar este texto? tentarei então.
Sol, muito sol, não foi tão diferente assim, mas não há outra forma de descrever um dia tão bonito usando somente o português, as crianças corriam como se quisessem chegar a algum lugar e os cachorros iam atrás a brincar, eu sequer gosto de cachorros, mas a cena me pareceu conveniente de citar.
          Os vendedores erguendo seus cajados repletos de algodão doce que parecem se misturar com o céu, por mais que a cor seja completamente diferente. Neste cenário de cores fortes eu só encontro felicidade, se me esforçasse eu encontraria miséria, mas não estou aqui para isso, fico indiferente à tristeza e sigo meu caminho em meio aos vendedores de balões.
          Sento na grama e fico a olhar nuvens que vagam, lentas, como passa em um museu e fica a observar as obras, no caso, o parque, aliás, são poucas nuvens, assim como poucas pessoas em um museu. Fico em dúvida se sou eu que observo as nuvens ou elas que me observam. me parece um olhar recíproco agora, fico satisfeito, o colorido do parque não me agrada mais, depois de toda essa felicidade eu posso ver a miséria sem fazer parecer que a vida não presta, será que ela presta?

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Diluo meu sentimento em versos
Brinco com o som em sua orelha,
Pensamentos controversos...

Primavera criança,
Apaixonante  e inconsequente,
Deixo aqui a minha lembrança

De um primeiro amor
Uma carta selada
Que não foi aberta...